28 nov

PROGRAMAÇÃO
28 de novembro, quarta-feira

09h às 11h
CENAS PLÁSTICAS
mediação de LIVIA FLORES 


TANIA RIVERA: O umbigo da cena

Não basta que algo aconteça: é necessário encenar o real para que dele se faça nossa realidade. Contudo, essa operação nunca é plenamente bem-sucedida, ela deixa restos, zonas de sombra. O real resiste à cena. O teatro e as artes visuais exploram essa encenação primordial e não deixam de lidar com seu ponto de resistência e impossibilidade, que Freud já nomeava, tratando da cena do sonho, como seu “umbigo”.


RICARDO BASBAUM: conversas-coletivas & exercícios

Nos últimos dois anos tenho desenvolvido uma série de encontros em torno do que denomino "conversas-coletivas": ali são trabalhadas as relações entre escrita e fala, em três modos – a elaboração de um texto escrito, sua leitura pública e gravação. Os resultados se dão nos termos da produção de um documento, uma ação performativa e uma peça sonora. Frequentemente, as conversas-coletivas estão ligadas à ativação de uma situação de instalação, em que são construídas estruturas arquitetônico-escultóricas para utilização pelo público: a leitura pública das conversas-coletivas pode ocorrer na instalação, com a peça sonora resultante sendo incorporada à estrutura, configurando a adição de uma camada discursiva que pode ser acessada pelo visitante. Assim, o ambiente construído se apresenta como local para conversas e exercícios, configurando um pólo de ativação do espectador, convidado a envolver-se com as dimensões sensorial e conceitual da obra de arte contemporânea. A situação instaurada aponta para discussões acerca de uma "política percussiva", as dinâmicas de sociabilidade decorrentes da experiência estética e a dimensão polifônica do gesto artístico.

11h30 às 13h30

CENA DOCUMENTAL
mediação de ADRIANA SCHNEIDER


CHRISTIANE JATAHY : O documentário como produtor de dramaturgia e linguagem teatral

A falta que nos move, filme realizado em 2009, utiliza-se de recursos de documentário em sua elaboração, colocando-se na arena de debates acerca desse gênero na contemporaneidade. Uma série de regras e procedimentos dramatúrgicos serviram de base a sua criação e puderam ser experimentados anteriormente no espetáculo A falta que nos move ou todas as histórias são ficção (2005), da companhia Vértice de Teatro. Esta comunicação refletirá sobre esses dois processos de criação nos quais ficção e realidade se misturam.

ELISKA ALTMANN: Carolina-Geandra: des-mise en scène de Quarto de despejo no documentário
O trabalho analisa uma experiência prática, particular e atual de encenação teatralizada para um documentário do livro Quarto de despejo, diário de Carolina Maria de Jesus – mulher, negra, mãe, catadora, grafomaníaca e poetisa (como ela mesma se intitula), moradora da favela do Canindé, à beira do rio Tietê, em São Paulo, em meados do século passado. O livro, cuja composição foi extraída e montada de inúmeros escritos de Carolina sobre seu dia-a-dia, não é objeto cênico, mas o objeto através do qual temos acesso a cenas da vida real da mãe de Vera Eunice e seus dois irmãos encenadas por Geandra Nobre – atriz, estudante de ciências sociais, moradora, desde o ano 2000, do Timbau, uma das favelas que compreendem o Complexo da Maré.

15h às 17h
IMAGENS EM CENA

mediação de GABRIELA LÍRIO

CARLOS CAMARGOS MENDONÇA: Os corpos e os objetos como tela: medialidade imaginal na cena expandida

A cena expandida dialoga com as mais diversas formas de tratamento do signo teatral. A medialidade, como um processo de dupla face, permite a relação autopoiética entre a cena expandida e a vida ordinária. A efetivação deste processo de visibilidade e crítica é possível via a comunicação performática. Esta comunicação não se sustenta apenas na palavra, ela tem o corpo e as imagens cênicas como um lugar privilegiado para sua ocorrência.

FELIPE RIBEIRO: Cena e o háptico
Quando penso na relação atual que desenvolvemos com a imagem e com as novas tecnologias, percebo um forte privilégio tátil e grande desenvolvimento interativo, como se espectar a imagem já não fosse mais suficiente. À sua maneira, a cena contemporânea tem também desenvolvido procedimentos que desierarquizam sua relação com o público, que passa de espectador a participante. Por trabalhar a integração entre cinema e dança contemporânea, me coloco a questão de como pensar a visão háptica na cena. Uso como dispositivo reflexivo a peça Justo uma imagem criada em parceria com Denise Stutz. 

17h30 às 19h30
Encontro com MAX JORGE HINDERER CRUZ: O 'Capitalismo Mundial Integrado' e a economia estendida do aparato sensível
Pensar o campo expandido da criação artística (Rosalind Krauss) significa pensar em uma forma de arte que integre seu contexto como estrutura espácio-temporal. Recuperando a complexidade do termo “Capitalismo Mundial Integrado”, proposto por Félix Guattari nos anos 1970, propomos pensar em como falar ao mesmo tempo do campo expandido do aparato sensível, que por sua vez integra a experiência artística. Isto nos leva ao que definimos como “economia estendida do aparato sensível’, que ilustraremos a partir de três exemplos históricos: o Barroco Andino da Potosí do século 16, a Ilustração protestante na Europa central do século 18, e as Bloco-Experiências em Cosmococa de Hélio Oiticica e Neville D'Almeida na Nova Iorque de 1973.

20h
Apresentação da opereta CASO NO JÚRI
Música de Arthur Sullivan e libreto de William S. Gilbert
Direção cênica e versão brasileira : JOSÉ HENRIQUE
Direção musical: MARCELO COUTINHO
Direção de movimento e coreografia: MARCELLUS FERREIRA
Regência da Orquestra sinfônica da Escola de Música da UFRJ: JULIANO DUTRA
  

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